Casas com Alma

10h. Pequeno Almoço no IKEA | Pequenas compras para a nossa casa

Mimos Suecos, hoje vamos jantar só os dois depois das meninas irem dormir.

A minha Casa, a minha Alma

Peças com história fazem a história de uma casa | Rádio Feira da Ladra, Andorinhas compradas em Guimarães, Candeeiro oferecido à Alice por uma Tia, a Alice ofereceu-o à família

 "Deus está nos pormenores"... eu não sou católica nem tão pouco tenho crenças religiosas mas acho piada a esta frase feita.
Gosto de detalhes: nas pessoas, nos sítios, na moda e especialmente na decoração das casas.
Uma casa deve ser o espelho de quem a habita; não gosto muito de algumas casas novas, acho-as impessoais, parecem-me todas iguais por mais que (alguns) os donos se esforcem. 

Vivi muitos anos na linha de Sintra e uma parte dos meus amigos também, muitos deles, orgulhavam-se de conseguir comprar casas novas, normalmente em zonas tão despersonalizadas como as próprias casas... eu não conseguia achar piada nenhuma aquilo - prédios todos iguais sem um bocadinho de jardim, problemas enormes de estacionamento... sem comércio local e sem zonas de lazer; as casas tinham belas cozinhas, equipadissimas e novas com chão de mosaico tal como o resto da casa. Sempre achei que vendo uma, conseguia imaginar o prédio todo e isso deixava-me entediada.

A nossa primeira casa era muito pequena, numa zona antiga de Queluz. 
Fazíamos compras da varanda, a uns escassos 10 metros da nossa varanda de 1º. andar ficava a mercearia do Sr. António - tinha caixas de frutas e legumes na rua, no passeio, e vendia quase tudo, de segunda a sábado durante 12 horas seguidas e ao domingo só de manhã, vendia também gás de bilha que levava a casa. De um lado da mercearia um recém extinto Grupo desportivo, do outro um café, um talho e um café-mercearia. 

O nosso prédio era muito pequeno, apenas tinha seis casas, ainda me lembro bem de todos os vizinhos. 
A nossa casa tinha um sótão que servia de estúdio de ensaio e de gravação, local de trabalho para o Nuno Rafael e de convívio noturno depois da Rita nascer. A janela da cozinha tinha uma vista surpreendente para um vale e à noite as luzes das casas iluminavam esse vale de uma forma quase mágica; Nova York..., disse o Senhor da imobiliária quando nos mostrou a casa...
Vivemos nesta casa desde 1995 até 2001.

Em 2001 mudámos de casa, mudámos para uma casa enorme, fizemos imensas obras e compramos muita coisa que ainda hoje temos - aliás temos algumas coisas que trazemos desde a primeira casa, como um pequeno móvel-mesa de apoio feito por uma amigo nosso em madeira maciça ou várias caixas da marca Altamira compradas no primeiro Outlet da marca.
Esta segunda casa era um duplex, originalmente com 9 assoalhadas que convertemos em 6 e um terraço gigante (toda a coberta de um apartamento de 4 assoalhadas). 
Nesta casa nasceram a Alice e a Eva, a Rita cresceu, nós também.
Era uma casa ideal para receber amigos, fazer festas.. foi a casa certa na altura certa. Todos os nossos amigos recordam com saudade a nossa casa no Monte A; eu também, mas, acho que a deixámos na altura certa. 
Vivemos nesta casa 10 anos.

E durante mais de 10 anos vivi a cerca de 30 km do meu local de trabalho e das escolas das minhas filhas. Diariamente fazíamos no mínimo  60 km de carro, saiamos cedo e chegávamos tarde... 
o maravilhoso espaço da casa começou a deixar de compensar a falta de tempo, as idas a Cascais ao fim de semana para festas e afins eram uma constante, nunca estávamos na terra onde vivíamos... Cascais era cada vez mais a nossa terra. Eu queria mudar de casa.

Comecei a procurar... procurei durante cerca de 5 longos anos... 
era difícil, para mim era quase impossível pensar em conseguir encontrar uma casa que gostasse tanto como a minha: a minha casa era grande, ampla, tinha muita luz... era tão bonita. E, claro, havia o problema dos preços das casas...Cascais é muito mais caro que Queluz! como conseguiríamos encontrar uma casa com tantos quartos, com uma assoalhada para o Nuno trabalhar... era uma missão (quase) impossível . 

Mas em Fevereiro de 2011 encontrei. 
Encontrei uma casa amorosa, num sítio incrível - apaixonei-me de imediato.
Num tempo record... enamora-mo-nos, decidimos, compromete-mo-nos e fechámos negócio.
Depois de umas pequenas obras, em Julho fizemos a mudança.

Cada dia que passa gosto mais desta minha casa e da zona que a envolve: os jardins cuidados, os espaços verdes, a praia do Guincho mesmo aqui... a Sociedade Recreativa, as mercearias, o centro hípico... E tudo tão perto - a escola e as amigas, o trabalho. 

Toda a família ganhou com esta mudança, foi enorme o aumento da nossa qualidade de vida ... 
Foi tal que a vinda de outro bebé fez todo o sentido para nós... (com uma dose de inconsciência)

O nosso bebé vai nascer numa casa linda, vai brincar na rua, vai andar de triciclo, bicicleta, skate com as irmãs... vai-se habituar a ir à praia no verão e inverno, vai conhecer os cavalos do centro hípico pelo nome... 

Acredito que juntos vamos viver cada dia da melhor forma que soubermos dentro e fora desta nossa Casa com Alma.